domingo, 23 de outubro de 2011

Geração Mark Zuckerberg

De um lado da mesa dois homens. Ambos preenchem exatamente os requisitos de homens de negócio bem sucedidos. Cerca de 50 anos de idade, terno, linguagem formal. Do outro lado da mesa uma mulher. Ou talvez você prefira chamá-la de garota. Vinte-e-poucos anos, all-star, gírias. A conversa começa com “Eu gostaria de ouvir um pouco sobre sua experiência...”. Logo de cara você vai deduzir que a garota vai se sentir um peixe fora d’água, que está fazendo uma entrevista para conseguir seu primeiro emprego, talvez até chegue ao ponto de considerá-la ingênua por sua aparência. Se você pensou nisto sugiro continuar a leitura e digitar o nome desta história num site chamado Google.

A “garota” em questão não está sentada em uma cadeira qualquer, está sentada em cima de um patrimônio com muitos zeros à direita. Os dois homens estão se perguntando quem realmente é o peixe fora d’água. Certamente as horas que passaram na frente do espelho foram perdidas e a preocupação com cada detalhe da sua aparência não vão impressionar. Ela começou a conversa pedindo para saber um pouco da experiência dos homens que estão a sua frente, que se candidataram a um trabalho de consultoria.

Na geração dos avós da garota em questão haviam muitos obstáculos a serem transpostos. Tecnologia, invenções, impostos, ditadura. O mundo era governado por homens de meia idade engravatados e se você não era filho de um deputado, juiz ou coronel as oportunidades eram poucas. Na geração de seus pais as mulheres batalhavam por um lugar, por igualdade. Nesta geração “batalhar” não significa trabalhar hoje para colher daqui a trinta anos. As gerações anteriores tiveram que lutar por décadas a fio para conquistar o que queriam. Esta geração já chagou dando um totó em quem estava na frente. Usando all-star! Pode até rasgar seu RG, ele não é mais documento. Sobrenome e sexo já deixaram de ser há tempos, e agora data de nascimento vai pelo mesmo caminho.